sábado, 28 de julho de 2007

Nick Drake



Nicholas Rodney Drake (Rangum, 19 de junho de 1948 — 25 de novembro de 1974), foi um cantor e músico britânico, nascido na antiga Birmânia.

A origem deve-se ao fato de os seus pais estarem lá em trabalho; quando tinha cinco anos, a família de Nick mudou-se de volta para Inglaterra. Os Drakes viviam numa pequena vila chamada Tanworth-In-Arden, próxima de Birmingham, numa grande casa de tijolos vermelhos a que chamavam "Far Leys". Ainda em criança, Nick aprendeu a tocar piano, graças à mãe, Molly Drake, pianista, violoncelista, cantora e compositora. Filho de uma família rica, estudou nos melhores colégios de Inglaterra, entre os quais Marlborough, onde aprendeu a tocar clarinete, sax alto e violão.




Adolescência

Em 1966 mudou-se para França, onde começou a compor. Em finais de 1967, Nick foi estudar Literatura na Universidade de Cambridge. Lá começou a apresentar-se para os amigos e também em pequenos festivais, demonstrando já uma incrível habilidade com o violão, e um enorme talento para a composição. Nick Drake era considerado charmoso e elegante, fazendo sucesso entre as mulheres. Também era muito calado e introspectivo, não tinha muitos amigos e ninguém sabia nunca o que realmente se passava dentro dele. Costumava ficar sozinho, estudando a sua guitarra. Às vezes saía para ir a um pub, mas ia sempre embora antes de toda a gente. Nick nunca teve relacionamento amoroso confirmado, o que fez com que seus amigos suspeitassem de uma possível homossexualidade. Além de tudo isso, era extremamente sensível e magoava-se com bastante facilidade. Gostava muito de conduzir automóvel, sentia-se melhor quando o fazia e por diversas vezes conduzia até a gasolina do carro acabar. Desprezava tanto o dinheiro que nem trocos levava consigo. Por várias vezes teve de pedir a amigos e aos pais que o levassem de volta para casa.



Carreira

Em fevereiro de 1968 foi descoberto por Ashley Hutchings, baixista da banda folk inglesa Fairport Convention e teve o seu nome recomendado a Joe Boyd, famoso por produções folk. Entre elas Pink Floyd.


Primeiro disco

Five Leaves Left, lançado em setembro de 1969. Disco com bastante influência da música clássica, seja nos arranjos de cordas e de sopros ou na postura de Nick. É extremamente bonito e delicado. Apesar das boas críticas, o disco não vendeu bem e Drake decidiu então abandonar os estudos para se dedicar integralmente à carreira musical e ao seu segundo disco.

Segundo disco


Bryter Layter, lançado em novembro de 1970. Um disco com forte influência de jazz, um pouco mais alegre que o anterior, mas um pouco mais turvo e sombrio nas letras. Por essa época, o que era apenas uma forte timidez e um senso de solidão um tanto exagerado transformava-se em depressão. Apesar dos esforços da sua gravadora, a Island Records, "Bryter Layter" também não vendeu bem. O problema era que Nick não gostava de fazer shows. Sentia-se muito incomodado em se apresentar sozinho para uma plateia que não conhecia. Não conseguia ser simpático e por vezes saía do palco sem dizer uma unica palavra. Numa época em que não havia videoclipes e a imprensa especializada era arcaica, a única maneira de ser conhecido era através de espectáculos. Nick acabou decepcionado com o mundo. Acreditava poder mudar as pessoas com a sua música mas a falta de sucesso dos seus discos, fez com que mergulhasse em profunda depressão. Nesta altura alguns amigos uniram-se para o ajudar.


Terceiro disco

Pink Moon, foi lançado em Fevereiro de 1972. Chris Blackwell, dono da Island, emprestou a Nick a sua casa no litoral espanhol. Algumas semanas depois voltou sentindo-se melhor. Apesar da Island não esperar (ou querer) um terceiro álbum, Nick procurou John Wood (engenheiro de som que trabalhou nos discos anteriores) e disse que queria gravar.


Gravado em apenas duas noites, Pink Moon é visivelmente depressivo, tendo apenas Nick e a sua guitarra, com letras tristes e pessimistas. Drake já havia expressado descontentamento com a sonoridade do álbum Bryter Layter, acreditando que os arranjos de cordas, saxofone e outros instrumentos de sopro havia criado um som "muito cheio, muito elaborado". Ao completar o álbum, Drake deixou as gravações na mesa da recepcionista da Island Records e deixou o prédio sem falar com ninguém. As fitas lá ficaram ignoradas até a semana seguinte. Pink Moon vendeu ainda menos cópias do que seu predecessores, apesar de receber algumas críticas favoráveis.




Depressão

Voltou a casa dos pais e o seu estado psicológico piorou bastante. Apesar de não gostar de fazer shows (quando os fazia, ficava o tempo todo de cabeça baixa, olhos fechados e não se comunicava com a platéia), Nick tinha extrema necessidade de se tornar famoso e reconhecido e por vezes ligava a estranhos e perguntava se conheciam algum cantor chamado Nick Drake.

A família, preocupada com o estado de saúde de Nick, forçou-o a ver um psiquiatra. Foi-lhe então prescrito um antidepressivo chegando a ficar cinco semanas internado num hospital psiquiátrico. Recuperado, decidiu largar a música e tentar arranjar um emprego. Desistiu disso e no resto de seus dias fazia viagens ocasionais a Londres e à França, onde visitava amigos. Costumava aparecer sem avisar, ficava por um dia ou às vezes por uma semana e ia embora da mesma maneira que chegava. Ele, que antes era um rapaz de poucas palavras, parou de falar. Ocasionalmente conversava com a mãe ou com um de seus melhores amigos, mas eram raras as ocasiões em que ele falava algo que não fossem monossílabos ou grunhidos. Certa vez disse a sua mãe, "eu falhei em tudo que tentei fazer".A medicação que Nick tomava provocou mudanças em seu comportamento. Brigou feio com Joe Boyd; disse, em outra ocasião, a John Wood:

"Eu não sinto nenhuma emoção sobre nada. Eu não quero rir nem chorar. Estou dormente; morto por dentro. "
- Nick Drake

Em julho de 1974 Nick procurou Joe Boyd dizendo que tinha algumas canções para gravar. Essas canções viriam a ser seu quarto álbum. Mas ele desistiu das gravações e não teve tempo de retomá-las.


A polêmica morte

Na noite de 24 de novembro, Nick foi dormir mais cedo que o normal. Costumava ter noites ruins e aparentemente levantou no meio da madrugada para tomar suas pílulas de tryptizol. Na manhã seguinte, foi encontrado atravessado na cama por sua mãe com vários discos espalhados no chão. No prato do som, um dos concertos de Bach. Estava morto. Sua morte aconteceu por volta de 6 da manhã por overdose de tryptizol.

Até hoje se discute se foi acidental ou se realmente foi um suicídio. Talvez uma parada cardíaca causada pelo antidepressivo. A família afirma que ele estava mais feliz na época de sua morte e que não se mataria. Entretanto, é provado por psiquiátras que pessoas que se suicidaram pareciam felizes para seus entes queridos dias antes de se suicidar, e o remedio que Drake usava, embora forte, precisaria de uma dose consideravelmente maior do que a habitual para causar o óbito, dose que difícilmente seria ingerida acidentalmente. Embora muitos admiradores do cantor se recusem a acreditar no seu suicídio, todas as evidencias, inclusive as constantes abordagens do tema pelo cantor, levam a crer que Nick Drake realmente suicidou-se. O juiz que investigou o caso afirmou que foi suicídio.

Nick Drake está enterrado em um cemitério de Tanworth-in-Arden.




Reconhecimento da obra


Dia 19 de junho de 2007 será lançado Family Tree, disco com gravações da década de 1960 que foram remasterizadas por John Wood.No total são 28 músicas,metade delas inéditas, além gravações de sua mãe, um dueto com sua irmã e participação de tios.

Em 1993, a revista TIME colocou Five Leaves Left entre os 100 melhores albúns de todos os tempos.

Seus 3 discos estão na lista criada pela revista Rolling Stones dos 500 maiores albúns da história.

Bryter Later foi o primeiro da lista de discos alternativos criada pelo The Guardian.

Robert Smith, vocalista da banda The Cure, disse que a origem do nome da banda provém da música Time has told me( a troubled cure for a troubled mind).No início da carreira, o cantor quase gravou um disco com forte influência de Nick Drake.

Na década de 80, "Life on the Town" da banda The Dream Academy, que fez grande sucesso, é uma homenagem a Nick Drake e aos anos 60.

No Brasil, Renato Russo,após gravar seu primeiro disco solo declarou: -Eu descobri Nick Drake há pouco tempo, uns dois anos. É super difícil achar os discos. Ele é um anjo. Ele tem uma sensibilidade extrema. Dá vontade de falar "Dá Prozac pro menino", mas sem a coisa modorrenta. Essa música tem uma ligação com o rock progressivo, que eu também tenho. Parece aquelas baladinhas do Genesis. Gravei também um pouco por vaidade, para não assustar: o povo pega um disco que tem Billy Joe, Don Henley. 'Clothes of Sand' foi difícil, acho que levei uns três dias para acertar.

Suas músicas já foram utilizadas como parte da trila sonora de vários filmes, entre eles: Os excêntricos Tenembauns, A Casa do Lago, De Volta Para Casa e Escrito nas Estrelas.

"Fruit Tree" em 1979, que reúne seus 3 discos. Anos depois, fuçando os arquivos da Island, descobriu sobras de estúdio que estavam completamente esquecidas. Em 1986, o álbum "Time Of No Reply". Em 1992 saiu a coletânea "Way To Blue" e, mais recentemente. Em 2004, saiu "Made To Love Magic", que contém versões demo de canções anteriormente gravadas. O grande boom em torno de sua obra só ocorreu mesmo quando a Volkswagen usou a canção "Pink Moon" em um comercial. Há também um livro que conta toda a sua vida, escrito pelo jornalista Patrick Humphries, e um documentário entitulado "A Skin Too Few", narrado pelo ator americano "Brad Pitt", grande admirador do cantor, e que conta com depoimentos de amigos e de Gabrielle Drake, irmã de Nick.

Discografia

- Five Leaves Left (1969)
- Bryter Layter (1970)
- Pink Moon (1972)
- Fruit Tree (1979)
- Time Of No Reply (1986)
- Way To Blue (1992)
- Made To Love Magic (2004)





Vídeos

Não são oficiais, pq ele não chegou a gravar nehum, esses foram feitos por fãs e são os dois melhores que pude encontrar.


Day Is Done






River Man











Fonte: Wikipédia

Um comentário:

[ SeVeRoH ] disse...

Me sinto cada vez mais indo pelo mesmo caminho...

 
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